quinta-feira, 2 de junho de 2011

Conta aí!

Hoje quem Conta aí! É a Gisele Maciel Linhares, estudante do 7º semestre de Enfermagem da Universidade da Amazônia.
“Estava realizando meu estágio, durante o 7º semestre, na UTI Neonatal do Hospital da Ordem Terceira. Durante a semana, deu entrada um bebê, de apenas um dia de vida, portador de eritroblastose fetal necessitando de cuidados intensos. Me envolvi com ele, porque o escolhi para ser meu estudo de caso durante o estágio. Ou seja, eu fiquei responsável por cuidar dele. Após 5 dias de internação o quadro clínico do bebê piorou, ele foi ficando cada vez mais sintomático e consequentemente mais fraco. Infelizmente, após o final de semana recebi a notícia que a doença do bebê tinha evoluído para uma parada respiratória e ele havia falecido na sexta-feira de noite, logo depois do término do meu expediente. Fiquei triste, pois me apeguei a ele e por ser apenas um recém nascido fraco e indefeso que mal teve a oportunidade de abrir os olhos para ver o mundo.
Essa foi a experiência mais forte que tive com a profissão de enfermagem. Aprendi que ser enfermeiro tem em seus ideais o compromisso com a vida, porém vamos lhe dar com a morte mesmo que ninguém goste de passar por isso. Mas não devemos empedrar nosso coração visando não sofrer durante nosso trabalho, pois é impossível negar nossos sentimentos. Nos momentos de intervenção profissional precisamos ‘administrar’ os sentimentos e emoções, por mais difícil que isto seja. Entendi que para trabalhar com a morte o profissional primeiramente deve trabalhar consigo mesmo essa questão.”

Um comentário:

  1. Esse é um ponto realmente interessante(dentre outros) da profissão que a ente escolheu...como tratar com amor(já que enfermagem é a arte do cuidar, e cuidar com amor), sem ser pessoal, sem se envolver com cada história presente nas anamneses, e como passar a lidar de forma impessoal com essas mesmas histórias a partir do momento em que elas chegam ao fim...=T

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