Enganado é aquele que pensa que vida de universitário é fácil, principalmente quando se está estagiando. Ana Cristina Pantoja Costa, 21, é prova disso. Estudante universitária do 4º semestre do curso de Farmácia da Universidade Federal do Estado do Pára – UFPA, Ana Cristina tem o desafio de conciliar o tempo para não deixar os trabalhos acadêmicos de lado e não demonstrar displicência na Iniciação Cientifica (CNPQ), onde estagia há três meses.
O tempo de Ana Cristina é tão conturbado que se ela pudesse, dividiria-se em quatro para poder realizar todas as suas tarefas. “Às vezes tenho muitos deveres a cumprir, pois meu curso é integral, ou seja, aula em dois turnos, tendo algumas ocasiões no início da noite. 24 horas é pouco para fazer tudo. Como a bolsa é integral, tenho um período para concluir meus testes e experimentos. Cobram-me muita dedicação e empenho. Se pudesse me dividia em umas três ou em quatro (risos)”.
Um fator muito importante para motivar o estudante é a remuneração. Com Ana Cristina não foi diferente. A preferência dela era, de fato, um estágio remunerado. Ela explica: “Eu queria estágio remunerado, pois mesmo sendo de faculdade pública, eu gasto bastante, ainda mais em cursos integrais, como o meu”. A estudante conta também que foi através de sua professora que conseguiu a bolsa integral. Na verdade, Ana Cristina nem esperava que conseguiria. “Quando surgiu a bolsa, ela me indicou. Nem estava esperando que eu realmente fosse chamada”.
Há àqueles que sempre dão um jeito de fuçar o Orkut, dar uma twittada ou aproveitar para estudar no local de trabalho. Ana Cristina conta que não teve muitos problemas em relação a isso: “Nunca levei trabalhos acadêmicos para o estágio, mas tenho liberdade para estudar e entrar na net desde que isso não atrapalhe no meu serviço”. Sobre a relação com chefe e colegas, Ana Cristina não tem muito a reclamar. Ela conta que o chefe é bem exigente, mas é aberto ao diálogo para tirar dúvidas. “Quanto aos meus colegas, eles são ótimos. Lá, somos uma equipe. Cada um tem sua função, mas todos nós nos ajudamos”, diz a estagiária.
Embora ainda não tenha vivido muitas experiências, Ana Cristina afirma que o importante é dar o seu melhor. “A melhor experiência que já vivi e vivo é ter que dar sempre o melhor de mim. Caso o contrário, um ano de pesquisa pode não dar em nada”, falou a estudante. Mas para obter tantas experiências, ela afirma que é necessário alguns sacrifícios, como trabalhar até tarde no dia de seu aniversário. “Quando se divide o tempo corretamente o impacto é bem menor, mas é inevitável, pois acabamos por renunciar algumas coisas. Como no dia do meu aniversário, fiquei até às 19 horas no laboratório, entre outros encontros familiares que eu não compareço. Eu acabo renunciando hoje pra ganhar amanhã”, explica Ana.
Vida de estagiário não é para qualquer um, mesmo. Ana Cristina conclui dando um exemplo de si mesma, uma estudante que mora sozinha, que além dos deveres acadêmicos e profissionais, ainda tem que manter a casa organizada. “Procuro sempre otimizar meu tempo. O segredo é não acumular nada, lembrar que mesmo no final de semana não dá pra esquecer da vida. Como moro só, no FDS cuido da casa: limpo, lavo, guardo, enfim. É muito difícil estudar no sábado, pois é o dia que baixa a escrava aqui. À noite, tento relaxar, já no domingo faço o que ficou pendente da semana”, explicou Ana Cristina, que naquele exato momento estava tentando terminar um relatório, mas que só não conseguia porque esse a quem vos escreve quer mostrar o quão trabalhosa é a vida de universitário/estagiário: um entrevistando para o blog, outra respondendo. E assim vai...